terça-feira, 23 de maio de 2023

Enfermeiro Tauaense viveu experiência como voluntário com o Povo Yanomami, em Roraima

 


O enfermeiro cearense Max Djano Cordeiro Rufino participou durante dez dias de uma experiência como voluntário de atendimento de saúde do Povo Yanomami, em Boa Vista, capital de Roraima. A vivência, para ele, serviu para mudar perspectivas do próprio trabalho — uma vez que lidou também com a crise migratória de venezuelanos na cidade.

"Foi uma realidade que eu nunca tinha vivenciado. Eu tinha o sonho de participar de ações humanitárias iguais a essa, e tinha de lidar com situações que não lido normalmente", declarou Max.

A crise sanitária na Terra Yanomami levou, inclusive, o Ministério da Saúde a declarar emergência de saúde pública para enfrentar a desassistência sanitária das populações. Localizado nos estados de Roraima e Amazonas, o território Yanomami é alvo de garimpo ilegal, que acarreta diversas mazelas para os habitantes - em torno de 30,4 mil.

Foi essa a realidade encontrada por Max. "O garimpo ilegal veio a provocar vários impactos, como a desvalorização da cultura indígena, a fumaça que é provocada, a contaminação de solo e água, leva doenças aos povos, destrói a natureza", explicou o enfermeiro.

Max trabalha na Maternidade-Escola Assis Chateubriand, em Fortaleza, e foi convidado por trabalhar no núcleo interno de regulação, na parte de serviços hospitalares. A ação foi coordenada pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Max trabalhou em um hospital infantil de Boa Vista, e a equipe era composta com outros profissionais de saúde como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e técnico-administrativos.

O enfermeiro citou que, entre as dificuldades do trabalho, estava a questão da distância física dos povos e também da relação que eles têm com a cultura assistencialista médica. Entre as enfermidades, Max citou que o público chegava com muitas doenças de pele, desnutrido, com problemas respiratórios de forma geral.

"A minha atividade foi atuar no núcleo interno de regulação do Hospital da Criança Santo Antônio. Era necessário fazer articulação para receber mais pacientes, organizar onde tem mais leitos, para ajudar porque, quanto mais se oferta, mais se atende", comentou o cearense.

Além das dificuldades e desafios que o período como voluntário trouxe, Max também comentou diferenças culturais que perpassam o atendimento de saúde do Povo Yanomami.

O que me surpreendeu foi que, dentro da minha realidade, a gente lida com leito de cama hospitalar, e lá nós passamos a gerir leitos também de rede", comentou o enfermeiro, que ficou surpreso ao ver as estruturas diferenciadas.

Ele disse que o local, que lembrava uma enfermaria, funcionava como redário para melhor atender os povos indígenas.

Era mais próximo da realidade cultural deles, visando que eles têm outras perspectivas de atendimento de saúde. A cura deles é muito espiritual, dos chás, das ervas, da natureza", destacou

Além das redes disponibilizadas pelo próprio hospital, o enfermeiro disse que as mães das crianças também usavam os lençóis dos berços para improvisar redes para crianças.

Outro ponto que chamou a atenção do profissional cearense foi que o hospital disponibilizou intérpretes para mediar a comunicação entre os Yanomami e as equipes de saúde.

Fonte: G1 

Para uma melhor identificação, Max é tauaense, filho da senhora Ruth, que é empreendedora e do Valdizar. Ele já atuou na Secretaria da Saúde de Tauá, prestando seus serviços nos postos das localidades de Limão e em Santana, no Distrito do Carrapateiras. 


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